segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Janelinhas para o mundo
Frase inspirada em Mário Quintana
Houve um tempo, não tão distante desta virada de século, há poucas décadas, uma época conhecida, na posteridade, por "anos dourados", quando ser criança era somente... ser criança.
Em muitos rincões deste Brasil de Deus, ainda pouco se cogitava a existência de televisores; apenas ouvia-se falar em um tipo de rádio que "mostrava os artistas lá dentro, cantando e falando”.
Nesse universo ingênuo, na pequenina cidade de Monte Verde, perdida no poético interiorzão paulista, o programa de fim-de-tarde e começo-de-noite era brincar de pique na pracinha central, um dos poucos momentos em que os moços e as moças permitiam-se misturar à meninada.
Nesse mundinho feliz, vivia a pequena Isa.
Quando Isa teve contato com os poemas de Mário Quintana, lembrou-se de uma imagem muito presente em seu mundo pueril, por conta de uma frase dita, certo dia, por sua professora:
- "Para crescermos em todos os aspectos, é importante que vivamos abrindo as janelinhas do saber."
Mentalmente, a pequena Isa visualisava janelinhas e mais janelinhas se descortinando, inundando os ambientes de luzes, letrinhas voadoras, borboletas, pássaros, fadas, mas também figuras aterrorizantes, tais como assombrações, bruxas, personagens folclóricas e tantas mais! E, nesse processo de infinitas descobertas, um fascinante campo revelava-se-lhe de forma especial: a literatura. Em sua imaginação, a cada história, a cada texto, a cada livro saboreado, não apenas uma, mas muitas janelinhas se abriam, possibilitando um doce vai-vem de diferentes pensamentos e emoções.
As ensinanças da vida, paulatinamente, foram mostrando a Isa que, além de janelinhas, iam-se abrindo, inclusive, muitas “portinhas”, por onde não só é possível sair em imaginação, mas também em ação: mergulhar nos vários campos do conhecimento, vivenciar sua prática, adentrando as portas que se abrem às oportunidades que a vida nos proporciona.
Janelinhas ou portinhas, o importante para Isa foi aproveitar as oportunidades de crescimento interior que cada leitura, cada experiência, cada vivência – alegre ou triste - lhe possibilitavam, revelando mais segredos, desvendando novos mistérios dentre tantos os que emanam as almas, corações e pequenos mundos, deste universo infinito...
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Plena mujer, manzana carnal
Plena mujer, manzana carnal, luna caliente,
espeso aroma de algas, lodo y luz machacados,
qué oscura claridad se abre entre tus columnas?
Qué antigua noche el hombre toca con sus sentidos?
Ay, amar es un viaje con agua y con estrellas,
con aire ahogado y bruscas tempestades de harina:
amar es un combate de relámpagos
y dos cuerpos por una sola miel derrotados.
Beso a beso recorro tu pequeño infinito,
tus márgenes, tus ríos, tus pueblos diminutos,
y el fuego genital transformado en delicia
corre por los delgados caminos de la sangre
hasta precipitarse como un clavel nocturno,
hasta ser y no ser sino un rayo en la sombra.